QUE VERGONHA, MEU DEUS?
- Coletivobeijo)
- 10 de fev. de 2018
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Moramos num país tropical, abençoado por Deus, país do botox e dos implantes, dos carros 0 km do ganhar cada vez mais e das mansões maiores que dos vizinhos, dos diplomas universitários comprados caríssimo segundo a faculdade, em que o analfabetismo funcional aumenta pela pura preguiça de aprender e a brutalidade entre cidadãos proporcionalmente.
Nesse país da incompetência e da sem-vergonhice, a única arma da concorrência é o apadrinhamento, a subserviência, a busca da “boquinha”, porque nada importa mais que o meu pirão primeiro.
Por isso queimar uma dúzia de venezuelanos que entram sem pedir licença no norte despovoado do país não é não xenofobia, sentimento muito complicado para curtir entre o churrasco e a (péssima) cerveja nacional.

Queima eles. Monumento ao indio Galdino atesta o know-how nacional
É como queimar índio num abrigo de ônibus, em Brasília (Galdino, in memoriam, 20 de abril de 1997), de farra, só prá zoar, só pra passar o tempo, depois de umas biritas, dar vazão a esse nosso temperamento oh, quão cordial e afetivo, e mostrar que neste país tem macho.
Que importa se passamos 14 anos a privilegiar um governo e um partido populistas, que nos davam bolsas enquanto nos punha no bolso e gastava com patrocínio de governos estrangeiros que conduziam seus povos para a rota do desastre.
Agora que o desastre chegou, que seja para eles só, no pirão do brasileiro ninguém toca, nós não temos nada com isso, foi o PT.
Pai, afasta de nós esse cálice, dê-nos em vez disso um copo de cerveja.
Exilados, aqui não. Abraçar causas humanitárias? Isso é lá prás Alemanha, no Brasil, não queremos problemas que podemos evitar. Já os que temos tentamos não ver!
Mandamos para Pacaraima o Ministro da Justiça, para constatar o que esses delinqüentes estão aprontando, para merecer serem queimados.
Naturalmente, não mandamos a Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, pois não se trata de brasileiros, mas de indígenas e pobres em geral da Venezuela.
E depois, Luislinda é da fina flor do gênio brasileiro. A que melhor representa esse oportunismo da alma brasileira, que se preocupa primeiro consigo mesma, e em segundo, com a própria pessoa.

(Escudo da fidalga Casa dos Valois de França) Ministra dos Direitos Humanos, fina flor do gênio brasileiro
Queima eles, sim, mas antes deixem vir o dinheirinho prometido da ajuda do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, que desvio de verbas é com nóis mermo.
Vergonha, prá que vergonha? E felizmente vergonha não se enxerta, como botox. então, disso estamos livres.