

PASQUIM PARA POLÍTICA, SOCIOLOGIA E CULTURA
O PATRIMÔNIO NOSSO
beijojequi entrevista Efizio Cardoso, gerente do Departamento do Patrimônio Histórico de Jequitinhonha. Falamos sobre o próximo evento do Departamento, a Jornada da Gastronomia, no 31 de agosto .
beijojequi – Bão, bão, então vamos comer do bão e do melhor, bem mineiro, bem “jequitinhonha” nesse 31 de agosto, na Festa do Patrimônio Culinário. De onde vem a idéia?
Efízio Cardoso - Esse evento está dentro do conceito “Jornadas do Patrimônio”, que vêm sendo feitas desde 2009. Elas se inspiram na experiência francesa das “Journées do Patrimoine”, e concebidas aqui no Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. É uma programação que pertence às comemorações do Dia do Patrimônio.
beijo – É então um acontecimento de âmbito nacional?
Efízio – Sim, mas cada estado agindo com total autonomia, dando à Jornada a forma e característica próprias de cada recanto do país. Em Minas Gerais, é realizado junto com a Secretaria da Cultura do estado, nos anos ímpares, sempre com a participação de municípios e organizações culturais.
beijo – E qual a idéia aí atrás?
Efizio – A idéia básica é: a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Seus desdobramentos: estimular e desenvolver atividades para sensibilização da sociedade de que o Patrimônio Cultural e Artístico é de todos, não prerrogativa dos órgãos públicos. Queremos acordar esse senso da responsabilidade, fazer aparecer uma participação efetiva da sociedade. É possibilitar um aprendizado coletivo da diversidade cultural, aprender a valorizar esse patrimônio.
beijo - E isso funciona, doutor?
Efízio - E como! O programa mineiro para as jornadas resultou na conquista do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade/2010, como a melhor ação do de divulgação do patrimônio cultural no país, concedido pelo IPHAN.
beijo -De concreto, o que isso quer dizer?
Efízio – Vamos ver as estatísticas: nas edições anteriores foi registrada a participação de 2.000 proponentes que promoveram cerca de 4.400 ações só em Minas.Em todo o pais, são milhares de diferentes atividades como exposições, seminários, cursos e oficinas, edições de livros e outras publicações, festivais de arte e cultura, milhares de ações educativas destinadas a públicos e faixas etárias, tudo sempre relacionado com a apresentação, preservação e a promoção do patrimônio cultural.
beijo – Dr. Efizio, tem ainda alguma coisa que não perguntamos e o senhor gostaria de dizer?
Efizio – Não, obrigada.
beijo - Senhor Gerente, beijojequi agradece por esta entrevista.

A idéia básica é: a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Seus desdobramentos: estimular e desenvolver atividades para sensibilização da sociedade de que o Patrimônio Cultural e Artístico é de todos, não prerrogativa dos órgãos públicos.
GRANDE SERTÃO, VEREDAS-
FALA DE RIOBALDO, politicamente incorreta
E toca as suvuca, e bate os tambô, e gira as nega, Elza Có canta... a praça do mercado é o lugar prá isso, de tá junto, roça e cidade, de alegria, de juntar o bom e o bonito, a música e os come e os bebe.
Mas aí subiu uns home no palanque, até que tinha uma mocinha, me disseram que é vereadora, e tinha também um cavalo, bonito de dá dó, ladeado por dois guarda-costa.
Em riba do palanque tinha neguim de todo tipo de cabeça, só as barriga era iguazinha, tudo estufadinha, tava na cara qui tudo aquilo era gente dimportança, não era do cabo de enxada, não, nem do salário-mímo. Tinha um de barriguinha saliente de tão saliente, me dissero que era um federá, boquinha enrugada de insastifeita, será quele tava pensano: ”arrei, égua, tô aqui prá dá bom dia a cavalo”?
Pois tavam, e não só, pois teve foi tiração de leite, puxação de saco, carregação no lombo, se via que era tudo gente bambambam da agropecuniária em riba daquele palanque. O cavalinho-rei lá, salvando a dignidade das política. Depois veio o prefeito e jogou um palavrório em cima de nóis.
O cavalo, bonitão, ouvia tudo aquilo sem mexê as oreia. Belezura, todo branco, empertigado, numas elegança, ar de otoridade - os segurança lá, protegeno Sua Arteza, a Belezura - olhano o prefeito falá, pronto prá corrigir, se Bob fala bobage, penso eu.
Bob mandou vim um caminhão de mata-burro e uma caminhoneta de cachorro-quente. Distribuiu uns e disse que os outro ele ia instalar. Viige, aí vem trabaio pra retro, escavadeira de voto.
Se disse que aquilo tudo era inauguração da ordem de serviço prá começá de acabá as obra do mercado municipá. Êta, trem, Bob dorme, mas acorda - já a finada Iracilda nem dormiu mas teve pesadelo. Mas me mandei quando ele falô ”ôceis vão sê prisentiado com um centro comerciá”. Joguei ligeirim meu cachorro-quente fora. Se eu sô presentiado com o dinhero dos meus imposto, quem dirá o que vai me custá esse cachorro-quente?
Num deve sê atoa que aquela coisa vermelha lá dentro chama ”que te chupe’. Sai de mim, seus político, que meu suco já deu, juro proceis.
Me contaram depois que a única figura de prosopopéia no palanque, o cavalim branco, era de mentirinha, pintado. É assim que vai a política nesse sertão das Minas Gerais.


...boquinha enrugada de insastifeita, será quele tava pensano: "arrei, égua, tô aqui prá dá bom dia cavalo?"
O cavalo, bonitão, ouvia tudo aquilo sem mexê as oreia. Belezura, todo branco, empertigado, numas elegança, ar de otoridade - os segurança lá, protegeno Sua Arteza, a Belezura